sexta-feira, 4 de junho de 2010

Coisas que nunca escrevi sobre o amor...

"Ah o amor ... que nasce não sei onde, vem não sei como e dói não sei porque..." (Carlos Drumond de Andrade)

Quem nunca pensou como essa frase traduz exatamente o que sentia é porque talvez nunca tenha amado. Esse blog começou basicamente pela interpretação que tive dessa frase, por essa dor que vem do amor. Extravasar sentimentos em busca de uma felicidade que parece estar perdida.

“Era uma vez duas pessoas que se conheceram meio que por um acaso, se apaixonaram e a paixão virou amor, com o amor veio o casamento, foram felizes, mas um dia acabou...”. Podem existir leves variações, mas esse é o processo que praticamente todo ser humano passa pelo menos uma vez na vida.

Lendo as coisas de amor que escrevi e que recebi, remexendo no passado, procurando uma explicação para o presente, vi coisas que me deixaram com os olhos marejados, que me fizeram arrepiar, e meu coração ficar apertadinho de uma mistura de dor e saudade. E aquilo que sinto me tomou de uma forma tão intensa que me entreguei de corpo e alma e uma lágrima rolou em meu rosto.

Mas não digo que não me surpreendi com algumas das coisas que li e das coisas que me lembrei, dessas coisas que o amor fazem com a gente e agimos no calor do momento, como com o fato de que, com apenas 3 meses de namoro fiz uma tatuagem significando uma ligação, um sentimento que eram para ser eternos, mas que hoje, já não tem mais esse sentido, e já não faz mais tanto sentido quando não se está com “a outra metade”.

Vi ali, entre muitos “eu te amo” ou “saudades” briguinhas por coisas tão pequenas, das quais me envergonho só de ler. Vi risos, vi choro, vi planos.

Hoje são coisas, que em sua maioria, foram se desfazendo com o tempo, fomos amadurecendo e fomos adaptando certos hábitos, fazendo umas modificações nuns planos aqui, vendo que não compensava outros destes planos, até o momento em que não havia mais planos. E que não havia mais “saudades”, e que não havia mais “eu te amo”, o momento em que havia ali um ponto final.

Ainda assim, vejo que um sentimento não se acaba da noite para o dia. O meu sentimento ainda está aqui, oprimido, escondido, mas esperançoso de poder ainda, mesmo que não muito em breve, se abrir em flor e se mostrar para o mundo, ocupando uma grande parte do meu coração. A dor? Esta persiste e insiste em se fazer doer a cada segundo. E eu ainda não sei lidar bem com ela.

E o por que de mesmo com tudo isso seguir em frente, sem desistir, sem fugir, sem parar de querer amar? Porque o amor pode estar ali, encolhidinho no canto escuro, meio choroso, mas a cada segundo ao lado da dor ele vai se acostumando, vai se esticando, vai retomando seu espaço.

Sei que isso vai passar, pro bem ou pro mal, mas vai passar. E se a pessoa que cativou esse amor, o desprezar agora ele vai partir em busca de novos rumos, de novos planos, de um novo e sincero “eu te amo”.

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